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O futuro do setor de papel e celulose

Artigos Assinados | Série Especial “Cenários e Perspectivas Setoriais” - Artigo 1 | 01.05.2009




O futuro do setor de papel e celulose a partir de uma ótica brasileira

Qual será o futuro do setor de papel e celulose, sob a ótica do Brasil? Essa desafiadora pergunta direcionou a construção de cenários de longo prazo que realizamos ao longo do 2º semestre de 2008 em conjunto com executivos e diretores da ABTCP. Tais cenários foram meio para debatermos o planejamento estratégico e construirmos diretrizes de longo prazo para a associação. Mesmo não tendo sido um esforço exaustivo de elaboração de cenários, entendemos que eles trazem aspectos interessantes para a reflexão dos diferentes participantes da cadeia produtiva de papel e celulose. Por essa razão, compartilhamos, neste artigo, parte dos resultados obtidos com o leitor de “O Papel”.

Ao iniciar o processo, em meados de 2008, o contexto recente do setor no País era de mudança. Para um setor notadamente intensivo em capital, investimentos significativos na expansão da capacidade produtiva, como os efetivados nos últimos anos (Mucuri, Telêmaco Borba, Três Lagoas, apenas para citar alguns), têm poder transformador. A ênfase na produção de celulose, especialmente de fibra curta – foco em que as vantagens comparativas nacionais postas em nível internacional são quase incontestes –, as perspectivas de exportações (e balança comercial) crescentes e a dispersão dos investimentos ao longo do território nacional, características associadas aos investimentos, eram citados recorrentemente nesse contexto.

No mercado internacional, mudanças já vinham ocorrendo no lado da demanda, com o ganho de importância de mercados emergentes, como a China, e também da oferta, com o abalo da competitividade de fabricantes tradicionais, como os países nórdicos (cite-se o caso do aumento no custo da madeira oriunda da Rússia como fato recente). Adicionem-se ainda alterações na organização das empresas, incluindo o processo de consolidação (no País e internacionalmente), a profissionalização da gestão, a atualização tecnológica e a crescente atenção a questões de meio ambiente e sustentabilidade.

Por fim, as perspectivas de novos, e ainda maiores, investimentos no País colocavam na agenda reflexões sobre temas como infra-estrutura dedicada, internacionalização e, já com grande destaque, o tema de recursos humanos (como atrair, capacitar e reter recursos de alto nível para o setor?). Desde então, com o conhecido contexto de crise, as perspectivas se alteraram. A guinada na conjuntura de curto prazo é interessante até para a reflexão sobre os cenários futuros elaborados, acima de qualquer coisa, ilustra a complexidade, e também a importância, desse tipo de esforço.

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