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Líderes globais do setor definem metas para o futuro

Reportagens | Reportagem Bracelpa | 01.07.2009




O setor de celulose e papel prepara-se participar ainda mais ativamente nas discussões da próxima Conferência Mundial do Clima (COP-15), que ocorrerá em dezembro na cidade de Copenhague, na Dinamarca. Por conta disso, a busca por reconhecimento das florestas plantadas foi um dos temas mais discutidos durante o último encontro do International Council of Forests and Paper Associations (ICFPA), que reuniu em Londres, em maio, 20 presidentes de empresas e associações do setor. “O Brasil tem um papel extremamente importante nessa questão. Por isso, é fundamental que sejam incluídos os benefícios das florestas plantadas no Protocolo de Kyoto”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Bracelpa, que esteve presente ao evento.

Os debates sobre as mudanças climáticas estão sendo liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que há uma década discute com seus países-membros formas de reduzir o aquecimento global. O Protocolo de Kyoto, documento que define as atuais políticas climáticas mundiais, recentemente foi incluído na Conferência, o que dá mais poder e amparo legal às decisões tomadas em conjunto. “Nossa meta na COP-15 é fazer com que Protocolo reconheça a colaboração das florestas plantadas no sequestro de carbono e seu papel no combate às alterações climáticas, além da capacidade de serem revertidas em combustível renovável”, explica Elizabeth.

Para Teresa Presas, presidente do ICFPA, tudo o que envolve o meio ambiente deverá ser foco das empresas de base florestal daqui para a frente. Os CEOs participantes do último encontro firmaram um compromisso para trabalhar em prol da sustentabilidade. “Uma das grandes vantagens desse grupo está em reunir executivos do mundo todo com metas comuns, apesar de cada país ter questões específicas e áreas de maior concorrência. Não destacamos nenhuma região em particular”, diz.

Teresa afirma que é preciso discutir o futuro da indústria com base na atuação benéfica das florestas plantadas no meio ambiente. “As florestas ajudam a absorver carbono, e toda a indústria − inclusive a nossa − terá de estipular metas de redução de emissões de CO2. Não podemos contar com o que já está plantado, mas sim pensar em quais áreas do planeta poderão ser cultivadas mais florestas”, diz. Essa questão leva a outro desafio do setor para os próximos anos: a aquisição de áreas para plantio. “A disputa pela terra será ainda mais acirrada no futuro, uma vez que a população cresce e o acesso da indústria a esse bem ficará cada vez mais difícil”, prevê.

O encontro do ICFPA também debateu a criação de produtos advindos da celulose, como, por exemplo, para a geração de energia e bioquímicos. Teresa conta que se discutiu muito sobre as demandas de papel no longo prazo, já que as atuais mídias passam por um momento de transformação. “É preciso pensar quais tipos de papéis existirão nas próximas décadas e qual será o rumo da imprensa escrita. Já ouvimos do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que em 2015 já não haverá livros didáticos nas escolas daquele Estado”, diz.

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