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Inovação e a necessidade de uma visão estratégica

Artigos Assinados | Série Especial “Cenários e Perspectivas Setoriais” - Artigo 4 | 01.08.2009




Inovação e a necessidade de uma visão estratégica para o desenvolvimento tecnológico no setor

Autores:
Marcos Avó (e-mail: marcos@lunica.com.br) 
                Ricardo Altmann (e-mail: ricardo@lunica.com.br)

“Pesquisa básica é uma forma de usar dinheiro e transformá-lo em conhecimento. Já a inovação é uma forma de usar conhecimento e transformá-lo em dinheiro.”

Glauco Arbix, ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor livre docente do Departamento de Sociologia da USP


Com admirável poder de síntese, na declaração acima, o professor Glauco Arbix define inovação sob uma perspectiva moderna. Inovação ocorre apenas quando o conhecimento existente, seja de cunho técnico, tecnológico, de gestão ou o que quer que seja, é utilizado para a geração de aplicações úteis para a sociedade, e, por consequência, numa lógica capitalista, com geração de ganhos financeiros para alguém.

Naturalmente, trata-se de uma provocação, mas é algo que nos incita a refletir sobre nosso entendimento e, também, a importância da inovação, da pesquisa e do desenvolvimento para as empresas e como agimos para materializá-los. Normalmente, assumimos posições parciais, voltadas aos nossos interesses mais imediatos no desempenho de nossas funções – se somos pesquisadores, queremos mais recursos e apoio para nossas pesquisas; se somos técnicos, queremos melhorias para nossos processos e equipamentos; se somos gestores, procuramos os melhores resultados financeiros e de mercado para tudo o que é realizado na dimensão técnica e assim por diante. Muitas vezes, isso não é suficiente...

Uma visão sistêmica e estratégica do ciclo de inovação é fundamental na conjuntura atual de globalização e competitividade crescente, como forma de coordenar e integrar esforços quando estamos envolvidos em alguma das partes de um sistema de inovação, qualquer que seja. A identificação de lacunas; a otimização do uso de recursos disponíveis; o desenvolvimento correto e orientado de recursos humanos para as atividades de P&D; a integração entre pesquisa, desenvolvimento e a lógica de inovação, bem como a construção de uma visão de futuro da tecnologia e seus impactos no setor, são, todos esses, exemplos de tópicos que só podem ser tratados sob uma perspectiva estratégica da inovação e da tecnologia (incluindo, nesse contexto, todas as atividades de P&D).

Num setor industrial bastante calcado nas dimensões tecnológica e técnica, como é o caso do setor de papel e celulose, há muito conhecimento acumulado no transcorrer da história de seu desenvolvimento e também muitos aspectos sobre os quais se deseja gerar e aprimorar conhecimento daqui para a frente, visando ao aumento de competitividade, rentabilidade e, em última análise, importância na sociedade brasileira. Tais fatores, se tomarmos a provocação do professor Arbix como referência, estão intrinsecamente ligados à inovação.

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