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Minicursos gratuitos são oferecidos em evento da ABTCP

Eventos e Exposições | 5a Semana de Celulose e Papel | 04.09.2017




Minicursos gratuitos são oferecidos na 5ª Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas

Em parceria com instituições de ensino da cidade, ABTCP reúne estudantes para promover palestras técnicas 

Por Caroline Martin

Destinados a estudantes de cursos técnicos, graduação e pós-graduação das instituições de ensino da região, AEMS — Faculdades Integradas de Três Lagoas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Senai de Três Lagoas, os minicursos promovidos pela ABTCP entre os dias 21 e 24 de agosto reuniram 250 participantes. 

Larissa Rezende, estudante do curso técnico de Celulose e Papel do Senai, estava entre os alunos inscritos e revelou que a escolha pelo curso técnico foi feita depois de acompanhar a 4ª Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas, em agosto de 2016. "Eu cursava Engenharia Química na AEMS , no ano passado, e ajudei na organização do evento. Decidi acompanhar as palestras e me interessei bastante pelo conteúdo passado por profissionais da Fibria. Foi o meu primeiro contato com o setor e fiquei tão interessada pelo processo de produção que decidi trocar o curso que fazia pelo de Celulose e Papel do Senai”, contou, comentando que hoje já faz estágio na área de preparação de madeira da Fibria.
 
Aluno de pós-graduação em Computação Aplicada da UFMS, Adriano Tiossi da Silva, também colaborador da Eldorado, foi mais um dos estudantes inscritos nos minicursos promovidos pela ABTCP. "É o terceiro ano consecutivo que participo do evento e continuo considerando uma boa oportunidade para agregar conhecimento”, disse. "Como já tenho bastante contato com as áreas de processos industriais, pelo meu trabalho na área de sistemas industriais da Eldorado, escolhi as palestras voltadas à área florestal para me inteirar sobre os processos neste âmbito. A área florestal é bastante rica em pesquisa e por isso tenho interesse em expandir meu conhecimento nessa área”, adicionou. 

A iniciativa de promover a Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas surgiu em 2013, por parte da ABTCP. “Participamos as empresas situadas na cidade, Eldorado, Fibria e International Paper, da ideia e tivemos retorno positivo. Elas nos ajudaram a montar a programação, sugerindo temas para as primeiras palestras, que foram realizadas no Senai”, lembrou Viviane Nunes, coordenadora técnica da ABTCP. Dado o sucesso da primeira edição e com adesão crescente ao passar dos anos, a ABTCP apostou em um novo formato de evento neste ano. “Na parte da manhã, programamos os minicursos nas instituições de ensino, com temas voltados à inicialização ao processo fabril do setor de celulose e papel e também às exigências do profissional do futuro, a fim de preparar os estudantes para o ingresso nas fábricas. À noite, a programação de palestras realizadas no salão especial do hotel Drud’s visava agregar conhecimento a profissionais que já atuam no setor, apesar de também receber bem os estudantes. O nosso intuito com esse aprimoramento do modelo do evento é evoluir, sem perder a essência de capacitar e atualizar, principalmente, os ingressantes dessa indústria”, detalhou Viviane.

Na visão de Luziane Albuquerque, coordenadora pedagógica da AEMS, o evento promovido anualmente pela ABTCP é de fundamental importância para o desenvolvimento das pesquisas na área de celulose e papel. "A AEMS trabalha com essas parcerias, pois acredita que o trabalho científico e o prático devem caminhar sempre juntos. Não há outro caminho a não ser o trabalho conjunto entre indústria e universidade, pois nós formamos a demanda enquanto as indústrias absorvem”, frisou.

Jozébio Gomes, especialista de Competitividade Florestal da Eldorado Brasil, esteve entre os palestrantes dos minicursos promovidos este ano e deu enfoque à mecanização agrícola e a sua importância à produtividade florestal. "O tema é de extrema relevância para a indústria de celulose e papel, pois o custo, a qualidade e a sustentabilidade da matéria-prima, a madeira oriunda dos plantios florestais, são fundamentais para o sucesso do negócio. A aplicação de tecnologias inovadoras em mecanização do processo de produção florestal são fundamentais para o alcance desse sucesso’, justificou.

Apresentando a árvore como matéria-prima para a indústria de base florestal, Tiago Segura, especialista de Projetos da Eldorado Brasil, detalhou aos estudantes alguns dos possíveis usos das árvores, não restringindo à produção de celulose e papel. O intuito, segundo ele, era mostrar que as diferentes partes de uma árvore, e não apenas a madeira, têm importância econômica para a produção de diversos produtos, que vão desde os óleos essenciais extraídos das folhas, passando pelo breu produzido a partir da resina, pelo substrato vegetal produzido com a casca das árvores e chegando finalmente à madeira, matéria-prima para a produção de diversos itens, como painéis, carvão e, principalmente, celulose. "É um tema importante, sobretudo, quando se discutem novas tecnologias, uma vez que a matéria-prima sempre será fundamental em nosso segmento.”

Mauro Borges, engenheiro químico que atua na área de Excelência de Manufatura na Produção de Papel da International Paper, falou sobre os princípios básicos para a implantação da qualidade em uma fábrica de papel. “Qualidade é atender às necessidades dos clientes e da empresa”, pontuou. "Um sistema de gestão nos torna mais eficazes”, adicionou, citando outro aspecto indispensável a uma atuação competitiva. Borges ainda sublinhou que profissionais qualificados são essenciais para uma gestão participativa e terão um papel cada vez mais relevante nas práticas futuras.

O papel do engenheiro na indústria foi abordado por Francisco Brasil Mattiazzo, especialista de Controle Técnico da Eldorado Brasil. “Nos últimos 10 anos, com os projetos de novas indústrias se desenrolando, o bom engenheiro passou a ser um profissional requisitado por diversas áreas na indústria de celulose e papel, tanto por sua capacidade analítica quanto por conhecimentos em cálculos e adaptabilidade a diversos setores˜, contextualizou. Mattiazzo ressaltou que, como atualmente não há um curso de graduação voltado à preparação de engenheiros voltados à atuação no segmento de celulose e papel, faz-se necessária essa aproximação com as instituições de ensino, mostrando qual é o papel do engenheiro nessa indústria que vem crescendo significativamente nos últimos anos.

Para mais detalhes sobre as palestras apresentadas durante os três dias da 5ª Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas, confira a Reportagem de Capa da edição de setembro da revista O Papel.

Caroline Martin
Especial para Revista O Papel