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Painel discute o futuro da indústria de papel

ABTCP 2017 | ABTCP 2017 - Sessão Técnica de Papel | 27.10.2017




Sessão Técnica de Papel
Painel discute o futuro da indústria de papel

Em meio a um cenário de transformação, com a digitalização cada vez mais presente nas diferentes atividades do nosso dia a dia e a expectativa de vida da população mundial crescendo, o papel que conhecemos hoje tem o desafio de se reinventar para acompanhar as tendências que deverão se fortalecer nos próximos anos. O alerta foi feito pelo keynote Pedro Fardim, professor de Engenharia Química da Abo Akademi University, na Finlândia, e da KU Leuven, na Bélgica. 
Em sua apresentação na Sessão Técnica de Papel, realizada no segundo dia do ABTCP 2017 – 50º Congresso Internacional de Celulose e Papel, Fardim enfatizou o potencial do papel na área de saúde e cuidados pessoais. "Podemos fazer produtos de papel muito mais inteligentes do que os de hoje, apostando na multifuncionalidade da floresta˜, afirmou. Segundo ele, os papéis podem ser importantes contribuintes da melhoria de qualidade de vida e prevenção de doenças. "Embalagens e papel tissue têm um potencial enorme a ser explorado, com vantagens sobre o plástico”, exemplificou. "O consumidor está cada vez mais sensível sobre os aspectos de saúde dos produtos a serem consumidos”, adicionou.
Um painel de discussão sobre o futuro da indústria papeleira também foi promovido durante a Sessão Técnica de Papel do ABTCP 2017. Reunidos para avaliar as tendências que marcarão o setor de papel nas próximas décadas, Milton Navarro, gerente de Tecnologia da área de Papel e Embalagem da Valmet Celulose, Papel e Energia, e Joaquim Maldonado, gerente de Vendas da Voith Paper Máquinas e Equipamentos da Voith, falaram sobre a necessidade imediata de inovação. 
Diante de excelentes perspectivas de crescimento, Maldonado enfatizou que o setor de papel precisa investir em modernização para seguir competitivo e substituir embalagens que causam impacto negativo ao meio ambiente. “Atualmente, as embalagens de papel representam 31% do total de todos os tipos de embalagens (plástico, vidro, metal, alumínio e outros). Até 2020, espera-se que as embalagens de papel apresentem um crescimento médio de 3,2% ao ano, enquanto que as embalagens flexíveis, principalmente utilizando plásticos, deverão crescer ainda mais, com uma taxa média de 3,9% ao ano, mesmo com o apelo ambiental de substituição do plástico por materiais biodegradáveis como o papel”, apontou, ao falar sobre os caminhos estratégicos para o fortalecimento da competitividade do papel nos próximos anos. 
Navarro concordou que a demanda mundial  para a melhoria do meio ambiente trilha os desafios para substituição de produtos não recicláveis por recicláveis, que utilizem menor quantidade de matéria-prima da natureza e reduzam o consumo de energia. "No caso das embalagens, a tendência é uma maior utilização de papel no lugar do plástico. Em função disso, teremos embalagens cada vez mais leves, com o desafio de manter a mesma qualidade e propriedades de resistência”, prospectou, sublinhando que os fabricantes terão de melhorar a sustentabilidade dentro de toda a sua cadeia produtiva.

Nota: Para mais detalhes sobre os temas debatidos nas Sessões Técnicas e Temáticas do ABTCP 2017 – 50º Congresso Internacional de Celulose e Papel, confira a edição especial da O Papel de novembro, com toda a cobertura do evento.

Caroline Martin
Especial para Revista O Papel