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Boas decisões, bons resultados

Artigos Assinados | Série Especial “Cenários e Perspectivas Setoriais” - Artigo 5 | 01.09.2009




Autores:  Marcos Avó (e-mail: marcos@lunica.com.br) 
                 Ricardo Altmann (e-mail: ricardo@lunica.com.br)

Na dinâmica atual dos negócios, um grande desafio, em nível estratégico, consiste em criar uma sequência contínua de vantagens competitivas temporárias. A habilidade, portanto, de tomar decisões estratégicas frequentes, de boa qualidade, é uma competência fundamental para os executivos. A tomada de decisão, uma competência e atividade central no mundo da gestão, ocorre em diferentes níveis hierárquicos dentro das organizações, devendo ser tema de interesse de todos os profissionais.

Em meados do século passado, um executivo norte-americano aposentado do setor de telefonia (Chester Barnard) “importou” a expressão “tomada de decisão” (decision making) do contexto da administração pública para o mundo dos negócios. Nascia ali um termo que ganharia crescente atenção de executivos e pesquisadores de relevo, tais como James March, Herbert Simon e Henry Mintzberg (ver artigo da Harvard Business Review de janeiro de 2006). O termo em si alia a noção de finalização das deliberações com o início da ação, enquadrando-se, assim, de forma oportuna no mundo dos negócios.

Ao longo do tempo, desenvolveu-se uma área de pesquisa em torno da Teoria da Decisão, que definiu conceitos e marcos teóricos e tem fundamentado vasta aplicação prática no mundo dos negócios. Trata-se de área multidisciplinar, que dialoga com diversas outras esferas de conhecimento, tais como: Administração de Empresas, Matemática Aplicada, Pesquisa Operacional, Psicologia Cognitiva, Economia, Finanças e Engenharia de Sistemas. Um bom exemplo que ilustra essa multidisciplinaridade é a ótica da Psicologia Cognitiva, a partir da qual tem se desenvolvido ampla pesquisa acerca da capacidade de julgamento dos decisores sob incerteza, do uso de heurísticas (regras simplificadoras) e dos vieses (desvios) na tomada de decisão. O pesquisador Daniel Kahneman recebeu, inclusive, o prêmio Nobel de Economia em 2002 pelos trabalhos que desenvolveu na área (grande parte juntamente ao pesquisador Amos Tversky, já falecido quando da premiação).

Um tema de grande interesse são as etapas de um processo para a tomada de decisão. Uma classificação usual, mas não única, é organizar um processo dessa natureza nas seguintes grandes etapas: Estruturação do Problema, Geração de Alternativas, Avaliação, Decisão e Implementação. Na prática, existe grande dinamismo no ambiente de negócios e na interação entre os stakeholders envolvidos no processo – navegar nessas etapas, com idas e vindas na medida do necessário, representa um desafio para o decisor. Em torno desse processo, foram desenvolvidas diversas ferramentas (como Diagrama de Influência, Árvore de Decisão e Tabela de Estratégia), bem como softwares (DPL, Expert Choice e M-Macbeth, só para citar alguns), que podem ser úteis, desde que pensados caso a caso e aplicados na medida certa.

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