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FÓRUM MUNDIAL DE BIOECONOMIA

Reportagens | Reportagem | 01.12.2021




Pela primeira vez no Brasil, evento trouxe a mensagem de que o
real desenvolvimento da bioeconomia deve estar ligado às necessidades
específicas de cada região e envolver muita colaboração global

Parece óbvio, mas não é. Em um mundo que demanda por medidas urgentes para
contornar os impactos das mudanças do clima, ao mesmo tempo o crescimento populacional emerge da necessidade da intensificação das atividades e da produção de bens e alimentos. Dessa forma, buscar o equilíbrio definitivamente não possui uma fórmula, e promover algum tipo de progresso baseado no uso desenfreado dos recursos naturais já não é mais cabível.
Ainda assim, tal evolução carece na definição dos seus caminhos. Um sinal
verde para o futuro do planeta pode estar, então, na bioeconomia e, em especial, na floresta em pé.
A urgência em acelerar os novos rumos para um desenvolvimento sustentável
foi a principal mensagem deixada pelo Fórum Mundial de Bioeconomia,
realizado de 18 a 20 de outubro último, em Belém, Estado do Pará. Isso ficou
claro, especialmente, a partir da declaração dada pelos organizadores do evento,
refletindo o quanto a discussão se faz necessária, mas que um universo de
ações é ainda mais indispensável, como fortes investimentos em pesquisa e de
senvolvimento. Participaram dos debates representantes do governo, do setor
privado, das entidades financeiras, pesquisadores, jornalistas e representantes
dos povos indígenas.
O conceito de bioeconomia, defendido pelos presentes, foi aquele que vai
além do seu potencial econômico. Sintetiza um conjunto de valores normativos
éticos sobre a relação entre sociedade, natureza e suas consequências. “A bioeconomia deve respeitar as diferentes circunstâncias sociais e econômicas dos
países e regiões e está intimamente associada aos esforços de combate às alterações climáticas, que já são a força motriz do futuro da economia mundial.
O desenvolvimento da bioeconomia e o valor intrínseco a ela vão além de suas
dimensões monetárias, tecnológicas ou estatísticas”, contemplam parte da declaração produzida pelos organizadores ao final do evento.

Thais Santi
Jornalista Revista O Papel