POR MARCELLO COLLARES
Olhando para o mapa das últimas fábricas
de celulose implementadas na América
Latina – destaques na imagem “Fábricas
de Celulose América Latina" – há uma
tendência aparente: o desenvolvimento e
a expansão para o oeste. A primeira onda
de fábricas foi construída ao longo da costa leste do Brasil,
em estados como Espírito Santos e Bahia. Depois, os investimentos foram em direção ao centro-oeste/sudeste, São Paulo e
Mato Grosso do Sul. Tal tendência continua agora com a nova planta de celulose de eucalipto da Paracel, no Paraguai, sendo
implementada. Pergunto então aos leitores: Será o Paraguai o
novo destino de investimentos?
A nova fábrica da Paracel, de onde se espera a produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose branqueada de
eucalipto (BEKP) por ano, é um dos primeiros grandes
investimentos industriais no Paraguai, capaz de mudar completamente a economia local e colocar o país no radar da Indústria
Global de Papel e Celulose. Mas por que exatamente a Paracel
investirá US$ 2 bilhões na construção da primeira grande fábrica de celulose no Paraguai? Mesmo sendo a expansão da
fronteira agrícola um fator relevante, não explica sozinha o
grande investimento, já que qualquer projeto dessa magnitude
resulta de uma conjuntura de condições e uma estratégia clara.