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Consciência ambiental precisa ser trabalhada

Notícias | ABTCP 2011 | 06.10.2011




Durante os três dias de palestras do 1º Simpósio Latino-Americano de Papel para Embalagem, no ABTCP 2011, realizado de 3 a 5 de outubro, o comportamento do consumidor diante das questões ambientais foi citado inúmeras vezes como um dos grandes e principais gargalos a serem trabalhados pelo segmento.

Hoje, já existem pesquisas que apontam o “selo ambiental” como diferencial na comercialização dos produtos pelas empresas, justificando o investimento em inovações ecologicamente corretas, mas a nova pergunta que surge é: basta o consumidor saber que o produto possui o selo? Não seria ainda mais interessante se ele soubesse o porquê aquele selo consta na embalagem?  As perguntas foram feitas por Aparecido Borghi, professor do Núcleo de Estudos em Embalagens da ESPM, aos presentes no simpósio durante sua palestra.

Sérgio Damião, da BoxPrint, também falou sobre o assunto. A empresa investiu no desenvolvimento de produtos sustentáveis e foi uma das primeiras a obter o selo FSC e a inserir o conceito de carbono neutro em seus produtos. Para ele, o grande problema ocorre por confundir o consumidor final que, ao se deparar com as embalagens carregadas de informações desses selos e desconhecer o processo que existe e os critérios que envolvem cada um deles, não consegue interpretar a real importância para esses produtos com a sustentabilidade. “Nós conhecemos os processos, mas o consumidor brasileiro ainda não sabe qual a função dos dados expressos na embalagem. É muita informação sem trabalhar a educação ambiental do consumidor. Por isso é necessário evangelizar esse público. Será um processo longo, mas efetivo e que precisa ser feito”, avaliou.

A palestra sobre o mercado brasileiro de embalagens, ministrada por Patrick Hagem Nogueira, vice-presidente da Associação Brasileira de Papelão Ondulado – ABPO, foi favorável ao tema em questão. “As associações do setor devem se unir para buscar essa educação. Já é uma grande oportunidade aproveitar esse evento para discutir um problema tão importante, mas seria mais interessante ainda se conseguíssemos realizar um trabalho em conjunto”, afirmou.

Mercado de embalagens aquecido

Outro assunto abordado no último dia de evento foi o potencial desse mercado de embalagens diante do atual cenário econômico nacional e mundial. Sendo o Brasil um país que recicla uma grande quantidade de suas aparas, principalmente no segmento de embalagens torna-se extremamente favorável ao aumento do consumo pelo mercado interno brasileiro e também para os países vizinhos. É o que afirmou a economista da RISI, Patrícia Perez. Segundo ela, os países em desenvolvimento continuarão atendendo a demanda na próxima década com crescimento anual previsto de 4,5%.  O Brasil apresentará crescimento maior que o resto da América Latina, que continuará necessitando de importações para atender a demanda local.

A expansão do mercado nacional também foi apresentada no segmento de papelão ondulado pelo vice-presidente da ABPO, que cresce 1,4% ao ano. O aumento do consumo foi visto positivamente. Embora o número ainda seja bastante inferior ao consumido por outros países no globo, os atuais 16 quilos/ano por habitante já representam um avanço ante os 11 quilos verificados anos atrás. “O setor está agregando valor na embalagem, pois embora o volume seja menor, o faturamento é maior”, destacou.

Vale destacar ainda que além do tema educação ambiental, o 1º Simpósio de Papel para Embalagens focou a as inovações em tecnologias e novas tendências para o setor. A cobertura completa no evento poderá ser conferida na próxima edição da revista O Papel deste mês.

Thais Santi
Jornalista Revista O Papel