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Recomendações para inspeção em caldeiras de recuperação

Artigos Técnicos | Após eventual drenagem de emergência - ESP | 01.03.2009




Autor: Flávio A. Paoliello

Resumo:

Caldeiras de recuperação química estão sujeitas ao risco de explosões água-smelt. Estas explosões são fenômenos de natureza física, decorrentes da formação de vapor extremamente rápida que ocorre quando estes dois fluidos entram em contato. Por essa razão, ditas unidades possuem um sistema de drenagem rápida de emergência (Emergency Shutdown Procedure - ESP), que deve ser acionado quando existe suspeita consistente ou constatação de vazamento de água que possa alcançar o smelt na fornalha. Uma drenagem de emergência, embora seja uma medida de segurança e prevenção de explosões, submete a caldeira a solicitações térmicas e mecânicas consideráveis, devendo ser seguida de procedimentos adequados de inspeção antes da reentrada da unidade em operação. Não foi identificada a existência, na indústria nacional de celulose, de normas ou qualquer documento consolidado e reconhecido dispondo sobre esses procedimentos. As fábricas devem manter-se tecnicamente preparadas e organizadas para situações desse tipo, e este texto propõe um escopo essencial de inspeções a serem executadas após um ESP, com base em referências de pesquisa e experiência prática. Também são feitas estimativas sobre os tempos de indisponibilidade da caldeira que podem resultar de paradas dessa natureza.

Introdução:
Um evento ESP possui sempre uma forte conotação de imprevisto, e pode ocorrer que algumas fábricas não estejam perfeitamente organizadas ou tecnicamente preparadas para conduzir as providências adequadas imediatamente após o acontecimento. Não foi evidenciada a existência, no âmbito da indústria de celulose kraft no Brasil, de normas ou qualquer documento consolidado e reconhecido dispondo sobre o assunto. É também interessante, do ponto de vista dos Comitês de Segurança dedicados às caldeiras de recuperação (no caso brasileiro, o CSCRB), que estas providências estejam tão padronizadas e difundidas quanto possível.

Por essas razões, este texto propõe procedimentos específicos para inspeção em caldeiras de recuperação imediatamente após a ocorrência de drenagem de emergência (ESP), mas sem que tenha havido explosão. Em casos de explosão, o procedimento deve ser adaptado e complementado para as circunstâncias específicas do sinistro ocorrido. O documento visa orientar somente as ações de inspeção, com foco em possíveis reparos. As ações e práticas operacionais e de segurança cabíveis nesta situação, por sua vez, deverão referir-se a outros procedimentos pertinentes. Referências informativas são sugeridas ao final do texto. Exemplos relevantes das situações não detalhadas por este texto são os critérios de tempo para reentrada na área da caldeira após o ESP, práticas de prospecção e resfriamento da camada, procedimentos de segurança na lavagem, etc.

As recomendações de inspeção aqui formuladas são genéricas e orientativas apenas, e deverão ser ajustadas pelo engenheiro inspetor a cada caldeira e às circunstâncias específicas de cada evento ocorrido. Devem também ser entendidas como providências mínimas.

Para exemplificar a diversidade de situações que podem ocorrer, são citadas abaixo variáveis com grande influência sobre o nível de atenção que será requerido por uma dada caldeira após um ESP:

- Tempo de uso ou “idade” da caldeira
- Concepção (especialmente se single-drum ou two-drum)
- Pré-existência de eventuais defeitos subcríticos
- Histórico operacional
- Histórico de manutenção e inspeção; avaliações de integridade
- Etc.

Referências

Flávio A. Paoliello
Recomendações para inspeção em caldeiras de recuperação após eventual drenagem de emergência - ESP
Recommendations for recovery boiler inspection after an eventual emergency shutdown procedure – ESP
O PAPEL vol. 70, num. 03, pp. 43-52 MAR 2009
Celulose Nipo-Brasileira S.A. - CENIBRA - BR 381, km 172 - 35196-000 - Belo Oriente, MG – Brazil E-mail: flavio.paoliello@cenibra.com.br


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