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Iniciativas para a preservação da Mata Atlântica

Reportagens | Reportagem Bracelpa | 01.03.2009




Empresas e organizações não governamentais investem na recuperação de um dos mais belos biomas do País – a Mata Atlântica, quase totalmente devastada por diferentes ciclos econômicos que levaram à destruição de 93% de sua área original. As empresas do setor de celulose e papel têm importantes projetos ambientais na faixa litorânea da Mata Atlântica, que se estende por 17 Estados brasileiros, do Rio Grande do Sul até o Piauí.

“As indústrias desse setor não se contentaram com a mínima obrigação de cumprir a lei e, hoje, protegem mais de 40% da área total de suas respectivas propriedades, o dobro do exigido”, afirma Mário Mantovani, presidente da SOS Mata Atlântica. Quando foi criado, em 1965, o Código Florestal introduziu os conceitos de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APPs), a fim de estabelecer os parâmetros da legislação sobre o meio ambiente. Em relação às APPs, determinou a obrigatoriedade de se manter preservada uma faixa de 10 a 500 metros nas margens dos rios e lagos, encostas com declividade superior a 45°, topos de morros e locais com mais de 1.800 metros de altitude. Sobre a RL, definiu que deveriam permanecer intactos, com mata natural, 20% da área total de cada propriedade. Na Amazônia, a restrição é de 50%.

Com área original de 1,3 milhão de quilômetros quadrados – cerca de 13% do território brasileiro – e localizada quase exclusivamente no Brasil, com alguns trechos no Paraguai e na Argentina, a Mata Atlântica é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, na qual já foram registradas mais de 20 mil espécies de plantas, sendo metade restrita apenas ao bioma. Provedora abundante de recursos naturais, a região abriga atividades industriais intensivas, que geram 80% do Produto Interno Bruto brasileiro, e também o maior pólo logístico de abastecimento das grandes cidades do País. Além disso, um contingente populacional enorme – 70% dos habitantes do Brasil vivem na região – depende da conservação dos remanescentes de Mata Atlântica para assegurar o abastecimento de água, a fertilidade do solo e outros serviços ambientais. Por isso, é preciso dedicar atenção especial à ação humana e aos impactos do setor produtivo.

“Tanto a base florestal como a fábrica da Cenibra se localizam em trechos da Mata Atlântica em Minas Gerais. Estamos cientes do valor social da floresta e de suas contribuições na absorção de gases causadores do efeito estufa, na melhoria das condições climáticas e da qualidade da água e do solo”, afirma Paulo Dantas, coordenador de Licenciamento Ambiental da empresa. A companhia finalizou, recentemente, um trabalho de manejo da paisagem da estrada BR-381 nos trechos que ligam as cidades de Ipatinga, Naque, Santana do Paraíso e Belo Oriente, além de ter recuperado a vegetação ciliar no entorno do Rio Doce, em uma extensão de 67 quilômetros que recebeu 80 mil mudas de espécies nativas.

Um dos grandes esforços do setor, atualmente, está na criação de conexões entre os fragmentos de Mata Atlântica remanescentes. Isolados entre si ou concentrados em propriedades rurais, esses trechos cobrem aproximadamente 15% da área original do bioma. “A interligação é importante para promover maior equilíbrio ecológico e a proliferação das espécies nativas, além de unir áreas ao redor dos projetos de plantio florestal, o que facilita a movimentação dos animais”, explica Sérgio Borenstein, diretor florestal da Veracel.

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