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Em rota de crescimento

Reportagem Especial | Reportagem de Capa | 01.03.2009




Assim como a lei natural da vida dita que um sujeito que nasce deve passar pelo processo de crescimento e desenvolvimento, também no mundo industrial as empresas almejam evoluir para tornarem-se maiores e mais presentes no mercado. Chegar a um novo patamar de produção, porém, não é tarefa fácil para quem, produzindo no Brasil, precisa conviver com altas taxas de juros e problemas de infraestrutura. “Para dar um salto competitivo, muitas vezes é preciso ter ousadia, mas sempre com responsabilidade”, aponta Antônio Cipolla, diretor do Departamento de Micro, Pequena e Média Indústria da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Foi essa ousadia que fez com que a Ibema, fabricante de cartões instalada no interior do Estado do Paraná, investisse R$ 110 milhões no aumento de produção. Com o dinheiro, na época quase equivalente ao total do capital da empresa, foi adquirida uma nova máquina de papel capaz de produzir 30 mil toneladas por ano e que começou a operar em 2003. “Foi necessária uma dose de coragem dos acionistas da empresa para apostar neste novo patamar de mercado ao qual queríamos chegar”, conta Paulo Roberto Ivanski, diretor industrial da Ibema.

De acordo com ele, desde 1995 a empresa já discutia formas para crescer, pois a produção era muito limitada e o mercado brasileiro tinha condições de absorver mais papel para embalagem. “Se não investíssemos, tenderíamos naturalmente a ser empurrados cada vez mais para baixo, pois o valor agregado do produto para o equipamento que havia ficou limitado e a empresa precisava ganhar escala”, diz.

Conforme Cipolla, da Fiesp, existe uma conjunção de fatores que determinam o sucesso de uma empresa, como inovação, oportunidade de crédito e mercado disponível. “A empresa que quer mudar de patamar precisa ter um ajustado processo de gestão e manter o foco em sua atuação, além de preocupar-se com os custos.”

Pensando no foco de seu mercado, a empresa paulista Bignardi também decidiu investir. No ano passado, instalou em sua unidade de Jundiaí (SP) uma máquina totalmente nova, capaz de produzir 48 mil toneladas de papel reciclado. O aporte total foi de R$ 65 milhões. “Nosso principal produto é o papel reciclado. Temos projetos de estabelecer marcas fortes e fazer a empresa ser reconhecida como alternativa do consumidor, oferecendo confiança com responsabilidade socioambiental”, diz Alexandre Duckur, diretor comercial da Bignardi.

Entre os desafios da média empresa, diz o diretor da Bignardi, está o fato de que precisa estar muito mais atenta ao dia a dia do que a um planejamento anual, já que “precisa sempre se moldar e se adaptar à realidade momentânea”, diz. Por isso mesmo, a nova máquina instalada é bem flexível, para que a produção possa ser alternada conforme a demanda do mercado. “Como empresa média, nunca poderíamos projetar uma máquina para um único segmento, pois o negócio de papéis é muito dinâmico; pode haver uma mudança repentina e o equipamento ficar ocioso”, explica o executivo.

A Penha Papéis, com unidade em três Estados, também é outra empresa que não parou de investir para ganhar espaço no mercado de papelão ondulado. Conforme Maurício Ferreira de Andrade, assessor de Diretoria Industrial da Penha Papéis, existem diversos desafios para uma indústria de pequeno ou médio porte do setor de papel e celulose: “A empresa precisa manter-se bem posicionada, com os custos controlados, executando investimentos apropriados, além de, principalmente, estabelecer relações de parcerias com seus clientes e fornecedores neste cenário de crise financeira mundial”, acredita.

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