No dia 24 de
outubro no Hotel Unique, em São Paulo, a sessão técnica de meio ambiente do ABTCP
2017 – 50º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel tratou de
questões importantes que estão no presente e futuro do setor com a ajuda de
três grandes nomes no assunto: o gerente de segurança, meio ambiente e
qualidade da CMPC Celulose, Clovis Zimmer, o gerente geral de meio ambiente
industrial da Fibria, Umberto Cinque, e o gerente executivo de finanças
corporativas da Suzano, Guilherme Hirata.
Para
introduzir as discussões com a plateia no painel, Zimmer apresentou trabalho em
que analisava pontos como matrizes de emissão de gases, a importância,
dificuldades e necessidade de maior participação do setor em questões de selos
e certificações, além dos custos ambientais inerentes às operações, como o
custo econômico e ambiental da “necessidade” do alto grau de alvura em papéis
como tissue. “Um pedaço de papel tissue deve durar cinco segundos do uso ao
descarte, então será mesmo que precisa ser tão branco? Se nós como setor
conscientizássemos a população e reduzíssemos a alvura, todos sairiam
ganhando”, disse, usando como exemplo a redução de efluentes e custos
resultante do corte da alvura para entre 70-80. Sobre as certificações e
regulações que afetam a indústria, afirmou que “como setor, temos que estar
atentos aos movimentos de mercado e participar do processo de construção dos
critérios destas”.
Cinque tratou
da ecoeficiência e do uso da água na indústria de celulose e papel, utilizando
como case as unidades de Aracruz e Jacareí da empresa. Falando sobre o water footprint, destacando que “o que
não é medido não é gerenciado”, o especialista também acabou tratando de outro
ponto bastante abordado durante todo o Congresso, o da falta de comunicação do setor.
“Até hoje persiste o mito de que eucalipto seca a terra, isso é inadmissível e
um exemplo de como falhamos em nos comunicar à sociedade como setor”, disse
ele. Cinque demonstrou ainda a meta de redução da captação específica de água
na empresa, que deverá cair dos atuais 29,1 m³/tsa para 25,9 m³/tsa até 2025,
enquanto a meta do consumo específico de água prevê a redução dos atuais 5,3
³/tsa para 4,0 m³/tsa também até 2025, por meio de diversas ações.
Hirata, por
sua vez, tratou das possíveis oportunidades e benefícios financeiros de
iniciativas para melhorar os parâmetros ambientais das empresas do setor de
celulose, como os green bonds
(títulos verdes), que já permitiu a Suzano captar grandes montantes no mercado
nacional e internacional. Ele chamou atenção, no entanto, para dois pontos: o
mercado destes títulos ainda é pequeno em quantidade de investidores e montante
de giro, se comparado ao mercado comum onde empresas deste porte operam, e que apesar
do potencial do setor neste tipo de captação de recursos, se por um lado o
mercado é pequeno, as linhas de crédito governamentais também são poucas.
Na sequência,
os três especialistas responderam a perguntas da plateia em um painel de
discussão sobre a temática, como a questão proposta por esta Revista sobre os
créditos de carbono. Para Hirata, tais créditos “só terão mais ‘movimento’
quando este tipo de mercado tiver mais liquidez”, fora regulamentação mais
favorável à formação de um mercado real deste tipo de título. Umberto disse que
“nas fábricas não vejo muito (potencial) para a geração deste tipo de crédito
no futuro, já nas florestas a história é diferente e existe grande
oportunidade”.
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