Problemas à vista já que, nesta época do ano, esperávamos uma alta nos preços das aparas mais consistente, o que não está acontecendo, com fabricantes relatando um abastecimento tranquilo e aparistas relatando que a entrada de
aparas marrons está normal no depósito. O interessante é que
isso está acontecendo ao mesmo tempo que os dados de expedi-
ção de caixas e chapas voltou ao campo positivo, após quase 12
meses em queda no comparativo com o ano anterior.
Em julho último, conforme informou a Empapel, foram entregues ao mercado interno 355,7 mil toneladas de caixas e chapas de papelão ondulado, configurando um novo recorde para o mês e o terceiro melhor resultado de toda a série histórica, que foram atingidos em setembro e outubro de 2021.
Com as exportações de papel reciclado crescendo substancialmente, todas as importações de aparas, com certeza, já retornaram para o exterior, sendo de se esperar uma evolução positiva nos preços das aparas maior do que a que estamos observando.
O grande problema é que não estamos conseguindo avaliar o que está acontecendo, mas uma provável causa é que o
mercado está recebendo um grande volume de papel de fibra
virgem oriundo dos recentes projetos de expansão da Klabin e
da WestRock que, inclusive, deixou de comprar aparas, ou está
comprando muito pouco.
Agora surge uma nova ameaça, pois os preços das aparas
estão apresentando forte baixa no exterior, o que pode viabilizar um novo crescimento nas importações, prejudicando ainda
mais o mercado interno.
Se as vendas de caixas estão altas, podemos esperar uma
grande quantidade de aparas chegando ao mercado no início
do ano e, se o cenário atual permanecer, enfrentaremos grandes
problemas de rentabilidade já a partir do mês de novembro, o
que nos leva a recomendar muita atenção aos aparistas, pois poderão ficar com um alto estoque de baixo valor.
O que está dando algum alívio é a redução no custo de
coleta de material que vem acontecendo com a queda nos
preços do diesel, que tende a se manter nos próximos meses,
à medida que aumenta a recessão mundial e diminui o consumo e o preço do petróleo
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