No dia 25 de
outubro, durante o ABTCP 2017 – 50º Congresso e Exposição Internacional de
Celulose e Papel, a sessão temática sobre indústria 4.0 apresentou à plateia durante
todo o dia as tendências, as dificuldades e outros pontos salientes sobre a
questão. Como visto durante a apresentação do presidente da Fisher
International, Rod Fisher, o tema vai muito além da simples automatização de
fábricas e processos.
Fisher tratou da inteligência de negócios (Business
Intelligence), algo que faz parte desta nova revolução industrial e que é
muito pouco usado, principalmente no setor de papel e celulose. “Um
investimento em BI pode dar retornos melhores que qualquer outro”, disse ele na
abertura de sua apresentação, uma vez que a disponibilidade e a quantidade de
informações são alguns dos principais marcos da indústria 4.0 – a chave está em
utilizá-los bem e para além apenas da fábrica. Ele trouxe dados sobre os gastos
da indústria papeleira em BI, que somam menos de US$ 75 milhões ao ano, “em uma
indústria que tem mais de um trilhão de dólares em ativos e pouco menos que
isso em vendas anualmente”, frisando a subutilização da inteligência em
negócios.
Isso foi algo
que o diretor da International Society of Automation (ISA), Luiz Roberto
Egreja, também aprofundou em sua apresentação. “A indústria 4.0 é um processo
muito maior que só a indústria, é uma revolução que afeta todas as áreas”,
afirmou, destacando que não apenas a tecnologia avança e muda, mas que o
principal driver são o que as pessoas hoje e amanhã demandarão e como
consumirão produtos e serviços. Egreja explicou também o conceito da economia
da experiência, em que produtos personalizados são reis e fez uma provocação: “será
que a indústria de celulose terá que oferecer produtos personalizados? Talvez
sim, talvez não”.
Outras
apresentações, como a da NSK, Valmet, Voith e SICK demonstraram produtos e
serviços projetados para atender as novas demandas do setor. Posteriormente, o
gerente do departamento de telecomunicações e tecnologia da informação da
Cenibra, Ronaldo Neves Ribeiro, fez uma provocação importante antes do painel
de discussão da sessão temática: “qual é o core
business da indústria de celulose hoje e qual será daqui a 10 anos?”. Junto
ao coordenador de projetos da Klabin, Cleverson Torelli, e o coordenador de
manutenção da Fibria, Wellington Pimentel Felix, os três formaram o painel e
responderam perguntas da plateia presente, encerrando a sessão temática.